23º Debate Público (nome artístico) / Jogo Ágora (nome completo)

Festival Nacional de Teatro de Chapecó 2017 no dia 27 de maio, às 10h no Calçadão, e às 15h30 na Praça Coronel Ernesto Bertaso.

foto: Cassiana dos Reis Lopes

23º Debate Público (nome artístico) / Jogo Ágora (nome completo), do ERRO Grupo, que estreou no ano passado em Florianópolis, é uma peça ou debate, peça-debate ou debate-peça, dependendo do posicionamento das pessoas em jogo ou de sua preferência de posição, até, nesse jogo de palavras (e representação). A obra é fruto da pesquisa do ERRO, que nesse ano completou 16 anos de atuação na cidade com seus trabalhos que envolvem performance, teatro de rua e intervenção urbana, que iniciou o processo específico para a peça no início de 2015.

Ao final de sua circulação com Geografia Inutil…, em 2014, o ERRO esboçou um planejamento de sua manutenção durante os dois anos seguintes. Este período, dividido em três etapas, foi denominado pelo coletivo como uma trilogia, Insistência, Persistência e Resistência. As duas primeiras se constituíram como processos de pesquisa para uma nova obra e a última etapa a sua estreia e circulação em 2016 e 2017 que continua com essa temporada de apresentações no Festival Nacional de Teatro de Chapecó 2017 no dia 27/05 às 10h, no Calçadão do Centro, e às 15h30 na Praça Coronel Ernesto Bertaso.

As etapas Insistência e Persistência, ambas como projetos de atividades de fomento local e manutenção do ERRO Grupo, foram contempladas com os prêmios Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz 2014 e Prêmio Catarinense de Teatro – Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura 2014 respectivamente, de modo que possibilitaram o desenvolvimento da pesquisa do grupo de maneira ideal.

Em Persistência, por exemplo, o ERRO pôde aprofundar suas indagações com a recente obra através de residências com Roger Bernat em Florianópolis, Emilio Garcia Wehbi em Buenos Aires, e no Hemispheric Institute of Performance and Politics em Nova Iorque, e lançando o livro Persistência que compreende um relato do grupo, anterior a estreia da peça, sobre a pesquisa desenvolvida atualmente e nos próprios projetos e residências, entre outras atividades.

Além das residências, o ERRO realizou em Insistência e Persistência 22 debates públicos em plena rua, que também serviram como base para a construção da peça. O grupo tenta responder poeticamente a essa própria situação, construída por um debate constante na rua, propondo este 23º Debate Público (nome artístico) / Jogo Ágora (nome completo) para também tentar experimentar e colocar em cheque as dinâmicas de discurso, e suas representatividades políticas, cênicas e afetivas que regem os debates atualmente. Além disso, se o debate da peça permitir será possível explorar alguns estratagemas da retórica discursiva, dialética e erística.

foto: Diorgenes Pandini

• 23º Debate Público (nome artístico) / Jogo Ágora (nome completo) propõe um debate para a reescrita da frase que está estampada na bandeira do Brasil. Vídeo: https://youtu.be/w4U0DnNRLIg

• Também são convidadas personalidades históricas como Fidel Castro e Nelson Mandela. https://www.facebook.com/ErroGrupo/videos/1322339147817548/

• A obra é fruto de uma pesquisa que se deu através da organização pelo ERRO Grupo de 22 debates públicos sobre problemáticas da cidade e do país realizados nas ruas em Florianópolis, entre 2015 e 2016. http://www.errogrupo.com.br/v4/pt/2016/05/29/v-ciclo-de-debates-publicos/

• Também foram realizadas pelo ERRO Grupo, com recursos do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014 e do Prêmio Catarinense de Teatro 2014, três residências para a criação e pesquisa de 23º Debate Público (nome artístico) / Jogo Ágora (nome completo): em Buenos Aires, com o diretor Emilio Garci Wehbi; em Nova Iorque, no Hemispheric Institute of Performance and Politics; e em Florianópolis, com o diretor catalão, Roger Bernat.http://www.errogrupo.com.br/v4/pt/2016/10/18/estreia/

FICHA TÉCNICA

Concepção e direção: Pedro Bennaton.
Dramaturgia: Luana Raiter e Pedro Bennaton.
Atuação: Dilmo Nunes, Luana Raiter, Luiz Henrique Cudo, Rachel Seixas.
Voz em off: Marina Moros.
Direção de Arte: Luana Raiter.
Cenário: Luana Raiter e Dilmo Nunes.
Sonoplastia: Rodrigo Ramos e Michel Marques
Interlocução durante a pesquisa: Diana Taylor, Emilio Garcia Wehbi, Roger Bernat e todos os presentes nos 22 debates públicos anteriores.
Criação e Produção: ERRO Grupo.

foto: Pedro Bennaton

SERVIÇO
O QUÊ: 23º Debate Público (nome artístico) / Jogo Ágora (nome completo)
Apresentações no Festival Nacional de Teatro de Chapecó 2017
ONDE: às 10h no Calçadão do Centro, e às 15h30 na Praça Coronel Ernesto Bertaso.
QUANDO: Dia 27/05 às 10h e às 15h30.
QUANTO: Gratuito. Teatro de rua.
CENSURA: Livre

foto: Pedro Bennaton

PESQUISA

O cidadão não é mais aquele que mantêm uma atividade política constante. Para ser um cidadão é necessário não apenas participar, mas também ativar. Contudo, a compreensão do que constitui um cidadão sempre se direciona pelo cumprimento dos deveres. Esses deveres não mais permitem ao cidadão exercer a sua capacidade de participar da construção de sua realidade cotidiana. Nesta perspectiva é plausível afirmar que a sociedade vem há muito tempo sendo despolitizada, e que talvez já não possa ser chamada de uma sociedade política. Se a política, o Congresso nacional, os parlamentos e os debates estão teatralizados pela mídia de uma sociedade espetacular, o teatro pode ser o lugar do debate político?

Esta obra, criada pelo ERRO Grupo, com concepção de Pedro Bennaton, que também assina a direção, e realiza a dramaturgia juntamente com Luana Raiter, tenta tornar-se uma manifestação estética de um evento político real-ficcional — um debate — com representantes, anti-representantes, contra-representantes e representantes, dos mais diversos ideais, opiniões e movimentos. 23º Debate Público (nome artístico) / Jogo Ágora (nome completo) sublinha um gesto constante no ERRO: o objetivo de trazer uma assembleia política em contato com o espaço público, operando através de uma poética entre a interação e a intervenção, uma poética do ERRO.

foto: Pedro Bennaton

ERRO Grupo

O ERRO Grupo experimenta a arte como intervenção no cotidiano, usando os espaços públicos como campos de a(tua)ção. Com 16 anos dedicados ao teatro de rua, e a performance, o ERRO pesquisa a união das linguagens artísticas, o ator/performer e a diluição da arte no cotidiano. Por meio da interferência nos fluxos do dia a dia na cidade, na paisagem urbana e nos meios de comunicação, o grupo busca explorar o espaço urbano a partir de seus significados, ambientes, arquiteturas, leis e discursos, através da criação de possíveis situações entre as pessoas que circulam pelas ruas.

Além da publicação de seus livros Poética do ERRO: dramaturgias e Poética do ERRO: registros (2014) e Persistência (2016), o ERRO Grupo circulou com seu trabalho por mais de 60 cidades do Brasil, além de outras internacionais como Austin, Nova Iorque, Montreal, Buenos Aires, Bogotá, Santiago, Bucareste, Timisoara, Sfantu Gheorghe, Sibiu, Paris e Barcelona. Ao longo dos anos, o grupo foi contemplado pelos seguintes prêmios e projetos: Premiul pentru Muzicã de Scena (prêmio pela música de cena), no Festivalul International de Teatro Atelier em Sfantu Gheorghe (Romênia), em 2014; Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua em 2012 e 2009; Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo a Cultura em 2014, 2013 e 2009; Rumos Itaú Cultural Teatro 2011-2012; Programa Petrobrás Cultural 2010-2012; Prêmio Franklin Cascaes de Cultura 2008; Prêmio Interferências Urbanas 2008; Prêmio Myriam Muniz de Teatro Funarte em 2014, 2007 e 2006; e Projeto Palco Giratório 2004.

foto: Diorgenes Pandini