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ERRO em Curitiba

O ERRO Grupo apresenta em Curitiba as obras mais recentes de sua pesquisa sobre o jogo e o teatro de rua, HASARD e Formas de Brincar, participando da mostra FRINGE.

ERRO Grupo instaura seus jogos em Curitiba durante o festival

O ERRO Grupo apresenta em Curitiba as obras mais recentes de sua pesquisa sobre o jogo e o teatro de rua, HASARD e Formas de Brincar, participando da mostra FRINGE do Festival de Teatro de Curitiba nos dias 31 de março e 01, 02, 03 e 04 de abril.

HASARD ocupa todo um quarteirão da cidade e desde a sua estreia, em agosto de 2012, já se apresentou em Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo. Em Curitiba, as apresentações ocorrerão simultaneamente na Praça Zacarias, Rua Quinze de Novembro, Travessa Oliveira Bello e Al. Dr. Muricy nos dias 01, 02 e 03 de abril sempre às 18 horas, o público terá que fazer a sua escolha de rua para acompanhar a obra – ou parte dela.

Formas de Brincar faz duas apresentações em Curitiba. No dia 31 de março se apresenta na Praça da Espanha às 17 horas, e no dia 04 de abril se apresenta no Largo da Ordem às 11 horas. A obra, que estreou em 2010, recentemente participou do 8º Encuentro do Hemispheric Institute of Politics and Performance em São Paulo.

HASARD
HASARD fecha um ciclo de dois anos do grupo (2010-12) dedicados ao projeto Manutenção do ERRO com o patrocínio da Petrobras, pelo Petrobras Cultural. O trabalho se desenvolve sob a tríade mercado, manutenção do poder e jogos de azar, em uma miríade de caminhos e proposições que exploram a situação de perda à luz do controle e das leis do mercado em nosso cotidiano. Ao longo de HASARD, as quatro situações contaminam umas às outras, utilizando a aleatoriedade como operação, possibilitando diferentes desdobramentos das ações através das diferentes formas de jogo propostas aos transeuntes durante a intervenção.

O quarteirão impõe uma fragmentação do trabalho e o público experimenta a peça aleatoriamente ou decididamente através das inúmeras possibilidades de escolhas dos caminhos que as ações propõem. Roger Caillois, teórico do jogo, estabeleceu categorias claras que dão conta das modalidades do ato de jogar, essas categorias estão representadas em HASARD na forma de quatro situações simultâneas em quatro ruas diferentes de um quarteirão. A competição (agon), a encenação ou simulacro (mimicry), o azar (alea) e a vertigem (ilinx), tais categorias podem combinar-se em face da complexidade do jogo.

A palavra azzahr denominava o jogo e os ossos em cubos numerados de um dos primeiros jogos conhecidos na história da humanidade. Os árabes jogavam azzahr durante o comércio com os europeus na Idade Média e na época disseminaram esse jogo de dados. Os franceses o chamaram de hasar ou hasard, significando aleatoriedade, chance, acaso, possibilidade de perda ou dano e risco, sendo registrado pela primeira vez como o sentido do verbo ‘colocar algo em jogo’, no caso, no jogo de azar. Durante as guerras entre a França e a Inglaterra nos séc. XIII e XIV, os ingleses aprenderam o jogo e o chamaram de hazard, significando ‘tirar a sorte ou o azar’, além dos significados atuais: ‘ameaça’, ‘perigo’. Em árabe, azzahr, az-Zahr ou al-Zahr são os nomes da própria peça do jogo, o dado.

HASARD surgiu da pesquisa do ERRO Grupo sobre a relação de jogos na sociedade contemporânea – assunto explorado em outros trabalhos do grupo, como Formas de Brincar, e aprofundado nessa obra sob a ótica dos jogos financeiros e de retenção de poder.

Formas de Brincar
Formas de Brincar tem origem da indagação do ERRO sobre como transformar o popular jogo das Cinco Marias em uma narrativa dramatúrgica onde o corpo passa a ser o elemento lúdico. Foi a partir deste questionamento que o grupo concebeu Formas de Brincar para explorar o jogo na dramaturgia e trazer ao público o jogo das Cinco Marias, brincadeira feminina que, aos poucos, por conta da estilização, deixou de ser popular.

Formas de Brincar é a continuidade de um dos focos de pesquisa do grupo – a intersecção da arte ao cotidiano, pensada por meio dos jogos que permeiam o ambiente urbano em forma de teatro de rua, intervenção urbana e performance. Nas apresentações, o grupo experimenta diversas reações ao jogo que propõe em plena rua. As ações das atrizes que em um primeiro momento podem causar estranhamento, logo são assimiladas pelo público que participa ativamente da intervenção na rua e atua como agente da ação dos performers.

Como os questionamentos da obra tratam da objetificação estética e disciplinadora do corpo humano, explorando a rua como campo de um jogo específico influenciado por uma série de outros jogos populares, Formas de Brincar incita a participação direta dos outros corpos presentes que, por consequência, também se transformam em peças do mesmo jogo.

ERRO GRUPO
O ERRO Grupo nasceu em 2001 da angústia de seus integrantes em experimentar a arte como intervenção no cotidiano das pessoas e sua interdisciplinaridade de conceitos e áreas de linguagem. Através da construção de situações, o grupo pesquisa a união das linguagens artísticas, o performer, a invasão do espaço público e a diluição da arte no cotidiano, interferindo nos fluxos cotidianos, na paisagem urbana e nos meios de comunicação, procurando outros modos de viver e inserir-se na cidade. Em seu currículo, o ERRO conta com prêmios e a circulação de seu trabalho por mais de 60 cidades do Brasil, além de viagens internacionais apresentando-se em Austin (EUA), Buenos Aires (ARG) e Bogotá (COL). Entre agosto de 2010 a novembro de 2012 o ERRO realizou o projeto Manutenção do Erro, contemplado pelo programa Petrobras Cultural. Entre os prêmios do ERRO Grupo estão: Prêmio Artes Cênicas na Rua (2012), Rumos Itaú Cultural Teatro (2011), Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua (2009), Prêmio Elizabete Anderle de Estímulo a Cultura (2009), Prêmio Franklin Cascaes de Cultura (2008), Prêmio Interferências Urbanas (2008), Prêmio Myriam Muniz de Teatro Funarte/Petrobrás (2008), Prêmio Myriam Muniz de Teatro Funarte/Petrobrás (2007), Prêmio Myriam Muniz de Teatro Funarte/Petrobrás (2006), Palco Giratório (2004) do SESC, ENCENACATARINA, projeto de circulação promovido pelo SESC/SC (2003).

SERVIÇOS
HASARD
QUANDO: 01, 02, 03 de abril sempre às 18 horas.
LOCAL:  Quarteirão da Praça Zacarias, Rua Quinze de Novembro, Travessa Oliveira Bello e Al. Dr. Muricy.
QUANTO: Gratuito.

Formas de Brincar
QUANDO: 31 de março às 17 horas e 04 de abril às 11 horas.
LOCAL: Praça da Espanha (31-03) e Largo da Ordem (04-04).
QUANTO: Gratuito.

HASARD – FICHA TÉCNICA
Concepção e dramaturgia: Luana Raiter e Pedro Bennaton
Direção: Pedro Bennaton
Atores: Luana Raiter, Luiz Henrique Cudo, Michel Marques e Sarah Ferreira
Performers: Rodrigo Ramos, Dilmo Nunes, Wellington Bauer e Paula Felitto
Direção de Arte: ERRO Grupo
Sonoplastia: Isaac Varzim
Técnicos de som e vídeo: Michel Marques e Rodrigo Ramos
Criação, realização e produção: ERRO Grupo

Formas de Brincar – Ficha Técnica
Concepção e Dramaturgia: Luana Raiter e Pedro Bennaton
Direção: Pedro Bennaton
Direção de arte: Júlia Amaral e Luana Raiter
Atrizes: Luana Raiter, Paula Felitto e Sarah Ferreira
Performers: Luiz Henrique Cudo e Michel Marques
Sonoplastia: Isaac Varzim
Design Gráfico: Luana Raiter
Cenotécnica: Michel Marques
Criação e Produção: ERRO Grupo

http://festivaldecuritiba.com.br/2013/espetaculos/ver/311/Fringe/Rua/Hasard

http://festivaldecuritiba.com.br/2013/espetaculos/ver/474/Fringe/Rua/Formas_de_Brincar